Viver quase derrotado no bairroagonizante da Quinta da Vitória
Publicado em 2007-05-31
Luís Garcia
Aos
habitantes do Bairro da Quinta da Vitória, na Portela, concelho de
Loures, já lhes custa a acreditar que possam viver numa casa com
condições, onde não haja ratos nem medo de levar uma bala perdida. Por
isso, é com desconfiança que olham para o protocolo que a Câmara
Municipal de Loures e a Sogiporto, empresa proprietária daqueles
terrenos, assinam hoje.
Segundo os termos do acordo, a Sogiporto compromete-se a demolir as barracas da Quinta da Vitória, realojando ou indemnizando as 236 famílias do bairro. Ao todo, calcula-se que o bairro de barracas, existente há mais de 25 anos, conte com perto de 800 habitantes, um número já bastante inferior aos quatro mil contados nos censos de 2001.
Elvira Costa, 37 anos, vive na Quinta da Vitória há 15 anos. A família foi crescendo mas a casa não ela, três filhos, um dos quais com deficiência profunda, e ainda um neto partilham uma pequena barraca. "Estou cansada de viver na miséria, no meio dos ratos", diz a imigrante são-tomense. "Só queria uma casa para viver com os meus filhos", conclui.
Desilusão, angústia, revolta e medo. É disto que falam as palavras de Elvira Costa, mas também o seu rosto. "Há muita confusão entre os vizinhos, uns esfaqueiam os outros, há tiros. Às vezes tenho medo", diz.
Já Ramicilla Velgi parece ter-se habituado a viver na miséria. Os 27 anos passados numa barraca de madeira, sem luz nem água canalizada, parecem anestesiá-lo, deixando-lhe um leve sorriso que nunca tira, nem quando diz que a sua vida é "muito díficil".
Segundo os termos do acordo, a Sogiporto compromete-se a demolir as barracas da Quinta da Vitória, realojando ou indemnizando as 236 famílias do bairro. Ao todo, calcula-se que o bairro de barracas, existente há mais de 25 anos, conte com perto de 800 habitantes, um número já bastante inferior aos quatro mil contados nos censos de 2001.
Elvira Costa, 37 anos, vive na Quinta da Vitória há 15 anos. A família foi crescendo mas a casa não ela, três filhos, um dos quais com deficiência profunda, e ainda um neto partilham uma pequena barraca. "Estou cansada de viver na miséria, no meio dos ratos", diz a imigrante são-tomense. "Só queria uma casa para viver com os meus filhos", conclui.
Desilusão, angústia, revolta e medo. É disto que falam as palavras de Elvira Costa, mas também o seu rosto. "Há muita confusão entre os vizinhos, uns esfaqueiam os outros, há tiros. Às vezes tenho medo", diz.
Já Ramicilla Velgi parece ter-se habituado a viver na miséria. Os 27 anos passados numa barraca de madeira, sem luz nem água canalizada, parecem anestesiá-lo, deixando-lhe um leve sorriso que nunca tira, nem quando diz que a sua vida é "muito díficil".
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